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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Passou o tempo, mas o tempo mesmo é agora

É interessante como as coisas passam... Os lugares passam, as pessoas passam, os sentimentos passam, o tempo passa... enfim, como disse antes: "as coisas passam". E, junto com as coisas, a inspiração também.

Afirmo isso não porque esteja há bastante tempo sem publicar nada, continuo cheio de ideias e inquietações, entretanto, o que tem me faltado é tempo para desenvolvê-las. Por causa disso, adotei a política de anotar as ideias e alguns elementos que me ajudassem escrever sobre esses assuntos num outro momento.

O problema que percebi é que uma vez que o tempo passa, a "gana" em escrever sobre determinado assunto vai embora junto, aí surgem novas inquietações e, assim, novos motivos para escrever "novas coisas". E as antigas, obviamente, passam. Por sorte, nem tudo se perde e algumas coisas (pouquíssimas) consigo escrever. Bom, dessa experiência, recordo aquele famoso ditado "nunca deixe para amanhã o que pode ser feito hoje". E, depois de tanto discorrer, é justamente sobre isso que quero escrever aqui: o hoje, o agora, o momento presente é o que há.

É incrível a capacidade do ser humano de prender-se no passado ou no futuro. Não que esses dois aspectos temporais não sejam importantes, eles são. Mas, penso que eles sejam mais importantes enquanto instância de suporte à compreensão de si (eu-histórico) e à abertura ao novo que virá (eu-projetado). Entretanto, tanto o eu-histórico(passado) quanto o eu-projetado(futuro) devem encontrar-se num eu-agora(presente), isto é, o eu-agora é um entrelaçamento do passado e do futuro, mas de um modo dinâmico, mutável.

Esse eu-agora parece ser alguém que foi e que será, mas que, principalmente, é alguém que é. Apesar (ou mesmo por causa) dessa mutabilidade inerente à nossa condição de ser no presente, precisamos sempre fazer um esforço de tomar consciência do que está nos influenciando social, cultural, econômica e religiosamente (mesmo para quem não tem religião). É exatamente essa consciência de si que ajudará a pessoa a livrar-se tanto quanto possível daquilo que a condiciona (que restringe seu pensamento) para que, desse modo, possa enxergar com maior clareza as opções que tem diante de si e decidir quais deve acolher ou rejeitar.


Obviamente, não devemos ser ingênuos e acreditar que é possível ver-mo-nos livres de todos os condicionamentos. Do ponto de vista da vida como um contínuo processo, penso ser possível que em a cada novo "agora" a pessoa tenha melhores condições (a partir da própria consciência histórica), de ver mais claramente a si mesma inserida no mundo e, então, ousar projetar-se no futuro, com seus sonhos, desejos e por que não suas carências. Assim, um olhar consciente de si, no presente - mas a partir do passado -, pode vir a abrandar a angústia do futuro incerto que paira sobre cada coração humano.

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