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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A tolerância e o diálogo como resultado do conhecimento de si e do mundo

Até a poucos séculos, no Ocidente, os negros, as mulheres, as crianças e os mais empobrecidos não eram considerados cidadãos e, portanto, não tinham direitos quaisquer, não havia liberdade de expressão ou culto, entre muitas outras coisas.

Em contrapartida, é interessante observar que muitas pessoas, ao discorrer sobre a sociedade em que vivemos a identifica como uma sociedade em que se busca o prazer fácil e rápido, que tem o consumo como um novo tipo de dogma ou que se deixa conduzir pela rapidez quase alucinante do progresso tecnológico.

Todavia, não podemos nos escusar de perceber que a civilização atual é resultado de um longo processo que teve seu início ainda na Antiguidade e que, obviamente, o caminho percorrido pela Humanidade não agregou apenas mazelas ou certo laxismo, mas que muitos dos valores que exaltamos atualmente, dentre eles a tolerância e o diálogo, foram como que forjados ao longo desse desenvolvimento.

É uma lástima que muitas pessoas confundam tolerância com passividade e que, em nome da tolerância, anulem suas opiniões, convicções ou identidade e se permitam bombardear por todos os flancos pelos diversos apelos veiculados nos meios de comunicação e propaganda ou pelo "politicamente correto". Para haver tolerância é imprescindível que haja diálogo e para que aconteça o diálogo é necessário protagonismo, ou melhor, é preciso ter vontade e disposição de ir ao encontro do outro, do diferente, do desconhecido, mas sem esquecer-se quem é.

É possível que a falta de equilíbrio no exercício da tolerância e do diálogo que percebemos na sociedade atual seja resultado da profunda falta de conhecimento de si e do mundo que a grande maioria das pessoas está acometida nos dias atuais. É interessante notar que alguns pensadores antigos como Sócrates e Sêneca refletiram sobre a importância de nos examinarmos em nossos pensamentos e ações e como isso pode contribuir para o desenvolvimento humano e social.

Por esse motivo, penso que se nos ocupássemos menos com coisas supérfluas e mais com o aprofundamento na nossa interioridade teríamos maior capacidade de diálogo e, portanto, seríamos mais tolerantes uns com os outros, pois, diante da nossa própria fragilidade tendemos a ser mais benevolentes com as fragilidades dos outros e, assim, podemos todos nos ajudar mutuamente.

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